sexta-feira, 4 de junho de 2010

Obrigada, Milene! O pudim deu certo!


O universo estava conspirando para que eu conseguisse fazer meu primeiro pudim bonito.
Para quem não se lembra, na última terça-feira (três dias atrás) eu tinha escrito assim: "...um pudim como eu sempre sonhei um dia fazer: sem buraquinhos, firme, dourado, uma perfeição."
Sem que eu soubesse, minha MEGA prendada cunhada Milene vivia o mesmo conflito que eu: não conseguia fazer pudim. Depois de várias tentativas e muitas pesquisas na internet, ela enfim conseguiu! Me ensinou ontem, durante o almoço na casa da minha mãe. À noite eu tentei... consegui segurar a onda até hoje e a recompensa foi excelente: o pudim ficou lindo e delicioso! Meu marido-fotógrafo clicou e aprovou!
Vou ensinar tudinho para vocês!


Pudim de leite condensado

Ingredientes:
Calda:
- 7 colheres (sopa) de açúcar.
Pudim:
- 1 lata de Leite Moça;
- 1 medida da lata de leite integral (usei Piracanjuba);
- 3 ovos inteiros (usei caipira).

Modo de preparo:
Calda:
Leve o açúcar ao fogo médio-baixo, até caramelizar.
Transfira o caramelo para a forma e espalhe com a ajuda de uma colher.
Muita calma nessa hora! Eu me queimei, mas estou recuperada! rsrsrs
Pudim:
Bata os ingredientes no liquidificador (usei mixer), por um ou dois minutos.
Segredinho: deixe essa mistura já batida reservada por uns 15 minutos. Uma espuminha vai ficar na superfície. Quando for colocar o líquido na forma caramelizada, o faça lentamente, usando uma colher para separar a espuma do líquido consistente. Despreze a espuma.
Leve o pudim ao forno preaquecido a 200 graus, em banho-maria (coloque a água quente de uma chaleira - aprox. 1l - numa forma alta e mais larga e a forma com o pudim no meio). Não cubra com alumínio, o correto é deixá-lo descoberto mesmo. Deixe no forno por 1h30.
Quando esfriar um pouco, leve a geladeira por pelo menos 12h. Desenforme na hora de servir.

Rende um pudim pequeno, que serve bem de 4 a 6 pessoas.
Usei uma forma de alumínio de 13X8cm.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Texto: O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO

Recebi esse texto e achei bem interessante, para refletirmos.
Espero que gostem!


"O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"

José Antônio Oliveira de Resende - (Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei/MG).

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido.
Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
- Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
- Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha - geralmente uma das filhas - e dizia:
- Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte:
pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores:
televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
- Vamos marcar uma saída!... - ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e ossibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!

Texto recebido pela internet. Não tenho como confirmar a autenticidade. Caso isso seja questionado pelo autor, removerei em seguida.

Na cozinha da Chris   © 2008. Template Recipes by Emporium Digital

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